domingo, 30 de outubro de 2011
elocubrações
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Paris é uma festa
segunda-feira, 11 de julho de 2011
CAMINHOS
terça-feira, 5 de julho de 2011
Saco vazio
segunda-feira, 30 de maio de 2011
AZUL
Azul
Ficou pensando sem se mover, não se lembrava daquele papel, pensou no dia por vir e logo veio a mente uma sensação estranha.
Jamais procedera daquela forma, deixar que seu corpo a levasse sem medir as conseqüências, não sabia quem era aquele homem, nunca o tinha visto até aquele dia num simpósio onde ele era o palestrante, porém isso não importava, sentia-se atraída pela sua fala mansa, pelos seus gestos precisos, pelo seu corpo, do qual se via apenas parte do braço descoberto pela manga da camisa dobrada, disfarçando a fina penugem castanha que cobria sua pele clara, não chegando com ela a contrastar,suas mãos eram como um suave prolongamento de seus braços que conduziam sua fala num gesticular envolvente. Seus movimentos irradiavam pura energia e o brilho de seus olhos misturavam calor e sedução junto do desassossego de suas pernas ao andar pela sala enquanto falava, não fixava o olhar que parecia procurar algo além das palavras que ouvia saírem de sua própria boca.
Tudo começou quando pensara em ir cumprimenta-lo após a palestra. Era tímida e isso fazia-lhe insegura, bloqueava suas ações mas não o seu desejo. Ao olhar aquele homem sentia-se arder, sua boca tornava-se seca e seu rosto quente, tentava caminhar e seus pés não se moviam, estava atordoada, tinha medo que todos a olhassem, que falassem dela, que percebessem sua aflição e isso a incomodava, olhava incessantemente para os lados dissimulando as atitudes. Correria esse risco? Temeu não ser notada, ser mais uma entre as dezenas de homens e mulheres que dele se aproximavam .
E se ele a desprezasse? Estaria preparada? Sua educação tinha sido repressora, em casa, escutava a mãe a dizer-lhe que não deveria expor seus sentimentos, nem se submeter as paixões, mas não se tratava disso, não eram seus sentimentos que estavam em jogo, já poderia se permitir viver aquela situação, porém , e se não valesse a pena?Se sentiria fácil,volúvel e teria que carrear essa culpa, esse peso em sua consciência, que nem o tempo poderia apagar. Entretanto, no íntimo, já havia decidido, se arriscaria, pelo menos dessa vez.
Foi, ele terminara a palestra e guardava suas coisas, quase todos já o tinham cumprimentado, ela cumprimentou-o e depois de convida-lo, saíram para um café que ficava a poucos metros da sala de conferência. Lá, o burburinho de vozes não deixava que um ouvisse o outro, melhor assim, ela estava nervosa, não sabia o que dizer, nem o que fazer, só sabia que estava agindo impulsivamente e nuca fizera aquilo antes. Sua voz que era suave estava trêmula, procurava não demonstrar sua ansiedade. Pediu um chocolate com whisque, nunca bebera, mas sabia que o álcool a relaxaria e daria segurança que precisava para ir adiante. Tomou o chocolate e o calor em sua boca já a fez sentir-se mais leve e estimulada. Sugeriu então um outro local. O homem olhou-a surpreso e ela corou, sentiu-se atrevida e a dúvida novamente se fez presente, pensava no que poderia acontecer, sabia que nem todas as pessoas entenderiam, quem a apoiaria? Oscilou entre retirar a proposta ou confirma- la, seus pensamentos se confundiam,sentia no sangue sem suas veias um imenso calor. Teve vontade de se desnudar por inteiro, sem medos ou vergonha, vontade de dançar suavemente embalada pela canção que soava em sua mente excitada. Queria seduzir aquele homem por completo , fazendo com que ele lhe desse todo prazer que nunca sentira, continuou.
Saíram do bar, ganharam a rua, na noite quente e estrelada soprava uma brisa calma que vinha do mar e arrepiava todos os corpos numa mistura de frio e prazer, ela levou-o ao seu apartamento, mesmo lugar onde agora ela se encontrava pensando no que fora sua noite, no quanto havia sido afoita, e no grande prazer que sentira.
Sentou-se na cama e olhou no espelho que ficava em frente, pelo reflexo viu o bilhete de poucas linhas que estava ao lado, receou em pegá-lo. O que teria escrito? Não sabia como tinha se deixado levar. Lembrou então que seu desejo era incontrolável e que havia se abandonado a ele. Olhou outra vez para o espelho e agora fitou sua própria imagem nele refletida, não era feia, e a sensualidade transbordava de seu corpo de forma muito natural tornando-a bastante atraente, gostava disso,mas, nesse momento o que importava era o bilhete,não possuía coragem para ler o que estava escrito, talvez por medo.
Encheu-se de firmeza e tomou então o bilhete em uma das mãos, levou-o aos olhos e leu. Era um lembrete que ela mesma havia feito para não se esquecer da palestra que aconteceria naquele dia à noite.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Início do romance- ainda sem nome
sexta-feira, 29 de abril de 2011
2º Tango
_ Não chega a me causar problemas.
Respondi meio sem pensar sobre a interrogação feita.
Passara já 2 anos, nenhuma conversa, nenhum dia deixara de ver a minha frente a imagem do homem branco, cabelos grisalhos, olhos levemente puxados e a cicatriz no ombro esquerdo, ou seria direito?
Lembrava sempre, ele se parecia com Richard Gere. Por isso, toda vez que olhava o ator holywoodiano na TV ,ou cinema, lembrava-me que quando transava com ele pensava em Gere, e a transa ficava ainda melhor. Ele sabia disso mais não ligava, sentia-se até mais envaidecido. Ele se olhava no espelho e pensava que poderia ser o ator, eu já tinha falado isso para ele, ainda mais quando uma vez fez um corte sinistro no cabelo.Cortou tanto, que ficou aparecendo a coroinha do alto da cabeça. Eu falei, o filho falou, e a desculpa foi que iria menos ao cabeleireiro. Eu disse: _ Perdeu a imagem do Gere, meu tesão vai ficar prejudicado. Como, com esse cabelo, eu vou achar que estou transando com o ator? Ele riu e ficou sério ao mesmo tempo. Mas eu sabia, que no seu riso tinha um entendimento da questão.
Era sempre assim, por mais que dissesse, que o que eu falava não importava, sempre as atitudes posteriores diziam coisas diferentes.
Eu falava muito, falava pela estranheza que sentia e falava porque tinha que falar. Não falava diretamente, mas por metáforas, quem fala diretamente?
sábado, 2 de abril de 2011
Série: Coisas de mulherzinha
Coisas de mulherzinha
Todas queremos ser mulherzinhas, indistintamente.
Fazer o que dá na telha, comprar o que é mais fútil. Ter enorme preocupação com a unha e com a depilação. Pensar o dia inteiro no homem da vez, quando ele está mesmo na vez. Muitos dizem que não é isso coisa de mulher interessante, é de mulher fútil que não tem o que fazer. Tudo uma grande mentira, para minar a coisa mínima de que é feita a vida.
As grandes preocupações só sobrevivem se as mínimas estiverem no lugar. Sem essas pequenas as grandes não existem. Por isso essa série vai falar disso, das pequenas coisitas básicas do nosso dia-a-dia, que fazem também literariamente a vida ser o que é.
A incontinência
Crificção
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
contos de viagem
Era domingo e o trajeto longo. Toda noite seria o palco. Viagens nos mais variados territórios. Ele entrou sem chamar muita atenção, mas mesmo assim ela o viu. Sentou-se do lado dela como mandava o bilhete e a numeração. Também ele não lhe prestou atenção, uma vez que italianas, um casal de mulheres lésbicas, aparentemente era mais interessante do que a vizinha de poltrona.
Ela o achou atraente, ele ou os filhos, meninos de adolescentes com uma farta cabeleira, de pele lisa, verdadeiros apolos de alta potência hormonal. Um dos meninos arruma confusão com o china que está sentado no seu lugar. Ele nem se mexe, manda o menino procurar o motorista e resolver a pendência. O menino é arrogante e fala alto, como se fosse o dono do espaço.
Muita gente, poucos lugares. O dele e dela estavam garantidos. Ela tenta falar algo, diz que o garoto é agressivo, pede calma. Tudo se resolve. O ônibus sai.
Estavam numa poltrona que não dava para esticar as pernas. De repente já ía longe o carro, auto-carro, e ela sente algo se esfregando em sua perna. Não sabia se era verdade o que sentia, a intenção, ou se era o balanço do ônibus. Não sabia definir, achava que ele estava roçando sua perna, mas não tinha certeza, podia estar fantasiando, seria o desnível da estrada. Não tinha como ter certeza e estava achando bom, não tinha o que fazer. Estava ansiosa e com medo, pensava se aquilo era correto, e o que ela perderia se cortasse a ação, o que ganharia. A aventura, o momento, o escondido, tudo a excitava. Os filhos dele estavam ali, um do lado, um do outro, e sua mulher, onde estaria? Deixou-se ficar parada para ver se confirmava o contato. Deixou a mão cair parada e sentia que não era o desnível do relevo que fazia a perna dele bater na sua. Ele então se insinuou mais . Deixou seu braço encostar com vontade no dela e pôs a mão na perna dela, apertando com gana e vontade. Ela estava com o casaco no colo, ele então apertou, acarinhou, acarinhou, caminhava com mão em direções descontroladas, mas com objetivos fixos. Ela barrou a mão dele. Ficou confusa, gostava, mas estava atordoada.
Ele levantou, tirou a mão dela e pegou seu casaco que estava no bagageiro do ônibus . Colocou então o casaco no meio sobre as duas pernas, a dele e a dela e incessantemente a tocava.Ela também o tocava, nada tinha a perder . Ele agia com as mãos por baixo do pano e quem o olhasse no escuro veria o rosto mais impassível. Olhos fechados sentindo o tato o que por baixo ocorria. A mão ía e vinha, era mais ousada certas vezes, ela deixou, ela o brecou. Ele então virou-se de lado, pôs a mão no seu colo, abraçou-a, meteu a mão no peito dela. Ela cedeu, ria por dentro e fechava os olhos, se deixava levar pela brincadeira. Achava-se louca, isso nunca tinha acontecido. Gostava e ao mesmo tempo sentia algo estranho, era um estranho,um estrangeiro, tanto melhor pensou, mas o que iria achar? Uma mulher que mal acabou de ver e que se deixa levar por um desconhecido. Os pensamentos irrompiam, não deixou que ele abrisse seu fecho éclair . o dele já estava aberto, ela passava a mão sobre sua calça jeans e procurava algo com uma consistência mais dura, queria sentir o volume, a densidade da peça, onde estaria? Pensou nos eunucos do harém do Sultão Mohamed , será castrado? Só sentia a parte mole. Mas quando menos esperava no alto a peça estava lá, já ligada, em pé olhando para ela por baixo dos panos.
Ela assustou-se, a mão dele se encaminhou só, para si próprio . Ele fazia seu próprio movimento em silêncio, ela então encaminhou sua mão e alisou, gostava da densidade,achava gostoso, mas não provou o gosto.
Ele virou para ela e beijou-a, beijaram várias vezes, acarinharam-se na face, ficaram de mãos juntas, mãos dadas. Ela deitou sua cabeça sobre o ombro dele e tentou dormir. Ele deitou sua cabeça sobre a dela e conversaram. Ele conta sobre os filhos, ela pergunta da esposa, ele diz que é divorciado e que tem ainda mais uma filha pequena de outra nacionalidade. Diz a ela o que faz, que conhece seu país, ela diz o que faz. Ficam assim de mão dadas o resto da viagem, ele dorme, ela não.
O destino chega. Saltam do ônibus e não mais se vêem.
parte de mim
Falei que estava em processo para minhas amigas. Eu tenho muitas e quase todas sabem dos meus sofrimentos , das angústias etc. Sabem das ...
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1/05/2012 Comecei um novo blog, “Coisas de mulher” . Talvez eu coloque algo que fique mais próximo das pessoas. O dia-a-dia, as imag...
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30\6\2011 Paris é uma festa, diz Ernest Hemingway. Festa para quem? Para qualquer mortal que passe pela cidade luz, uma cidade que desde o ...