segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

contos de viagem

O prazer

Era domingo e o trajeto longo. Toda noite seria o palco. Viagens nos mais variados territórios. Ele entrou sem chamar muita atenção, mas mesmo assim ela o viu. Sentou-se do lado dela como mandava o bilhete e a numeração. Também ele não lhe prestou atenção, uma vez que italianas, um casal de mulheres lésbicas, aparentemente era mais interessante do que a vizinha de poltrona.
Ela o achou atraente, ele ou os filhos, meninos de adolescentes com uma farta cabeleira, de pele lisa, verdadeiros apolos de alta potência hormonal. Um dos meninos arruma confusão com o china que está sentado no seu lugar. Ele nem se mexe, manda o menino procurar o motorista e resolver a pendência. O menino é arrogante e fala alto, como se fosse o dono do espaço.
Muita gente, poucos lugares. O dele e dela estavam garantidos. Ela tenta falar algo, diz que o garoto é agressivo, pede calma. Tudo se resolve. O ônibus sai.
Estavam numa poltrona que não dava para esticar as pernas. De repente já ía longe o carro, auto-carro, e ela sente algo se esfregando em sua perna. Não sabia se era verdade o que sentia, a intenção, ou se era o balanço do ônibus. Não sabia definir, achava que ele estava roçando sua perna, mas não tinha certeza, podia estar fantasiando, seria o desnível da estrada. Não tinha como ter certeza e estava achando bom, não tinha o que fazer. Estava ansiosa e com medo, pensava se aquilo era correto, e o que ela perderia se cortasse a ação, o que ganharia. A aventura, o momento, o escondido, tudo a excitava. Os filhos dele estavam ali, um do lado, um do outro, e sua mulher, onde estaria? Deixou-se ficar parada para ver se confirmava o contato. Deixou a mão cair parada e sentia que não era o desnível do relevo que fazia a perna dele bater na sua. Ele então se insinuou mais . Deixou seu braço encostar com vontade no dela e pôs a mão na perna dela, apertando com gana e vontade. Ela estava com o casaco no colo, ele então apertou, acarinhou, acarinhou, caminhava com mão em direções descontroladas, mas com objetivos fixos. Ela barrou a mão dele. Ficou confusa, gostava, mas estava atordoada.
Ele levantou, tirou a mão dela e pegou seu casaco que estava no bagageiro do ônibus . Colocou então o casaco no meio sobre as duas pernas, a dele e a dela e incessantemente a tocava.Ela também o tocava, nada tinha a perder . Ele agia com as mãos por baixo do pano e quem o olhasse no escuro veria o rosto mais impassível. Olhos fechados sentindo o tato o que por baixo ocorria. A mão ía e vinha, era mais ousada certas vezes, ela deixou, ela o brecou. Ele então virou-se de lado, pôs a mão no seu colo, abraçou-a, meteu a mão no peito dela. Ela cedeu, ria por dentro e fechava os olhos, se deixava levar pela brincadeira. Achava-se louca, isso nunca tinha acontecido. Gostava e ao mesmo tempo sentia algo estranho, era um estranho,um estrangeiro, tanto melhor pensou, mas o que iria achar? Uma mulher que mal acabou de ver e que se deixa levar por um desconhecido. Os pensamentos irrompiam, não deixou que ele abrisse seu fecho éclair . o dele já estava aberto, ela passava a mão sobre sua calça jeans e procurava algo com uma consistência mais dura, queria sentir o volume, a densidade da peça, onde estaria? Pensou nos eunucos do harém do Sultão Mohamed , será castrado? Só sentia a parte mole. Mas quando menos esperava no alto a peça estava lá, já ligada, em pé olhando para ela por baixo dos panos.
Ela assustou-se, a mão dele se encaminhou só, para si próprio . Ele fazia seu próprio movimento em silêncio, ela então encaminhou sua mão e alisou, gostava da densidade,achava gostoso, mas não provou o gosto.
Ele virou para ela e beijou-a, beijaram várias vezes, acarinharam-se na face, ficaram de mãos juntas, mãos dadas. Ela deitou sua cabeça sobre o ombro dele e tentou dormir. Ele deitou sua cabeça sobre a dela e conversaram. Ele conta sobre os filhos, ela pergunta da esposa, ele diz que é divorciado e que tem ainda mais uma filha pequena de outra nacionalidade. Diz a ela o que faz, que conhece seu país, ela diz o que faz. Ficam assim de mão dadas o resto da viagem, ele dorme, ela não.
O destino chega. Saltam do ônibus e não mais se vêem.

A conversa

Depois de uma simples conversa de prática religiosa pelo Msn, pois não se tem coragem de faze-lo em viva voz, o personagem solta uma pérol...